Editorial
Lições do brasileirão
Encerrada ontem a primeira divisão do campeonato brasileiro de futebol masculino, a edição ficará marcada na história pela derrota do Botafogo, mais do que pelos vencedores ou rebaixados. O clube conseguiu o feito de proporcionar duas surpresas: a primeira foi ser postulante ao título, abrindo uma vantagem nunca antes vista no primeiro turno. O segundo foi perder essa vantagem e chegar à última rodada sem sequer ter chances de vencer. Para quem acompanha futebol, não chega a ser uma "surpresa surpreendente", já que o Botafogo tem dessas e, se alguém fosse fazer isso, seria exatamente o clube carioca.
Porém, outra questão que a edição deixa marcada é a falta de um grande destaque. Nomes como Tiquinho Soares, do próprio Botafogo, Luis Suárez, do Grêmio, Hulk e Paulinho do Atlético-MG, ou os coletivos de Flamengo e Palmeiras proporcionaram a esses clubes uma briga pelo título. Mas, ao contrário de outros anos, é preciso esforço para tirar algo de positivo dessa edição.
A grife do uruguaio Suárez no Grêmio foi uma das gratas surpresas, de ter um nome histórico do esporte jogando em terras gaúchas. Porém, pensando em futuro, não há um legado ao futebol brasileiro. E, aí, o raciocínio leva direto para 2026. A Seleção brasileira, que teve uma de suas piores temporadas nas mãos, primeiro do interino Ramon Menezes, e depois no interino com grife Fernando Diniz, parece sem norte. O sempre criticado Tite, apesar das derrotas doloridas em duas copas, manteve uma constância. Agora, nem isso há.
Diniz encantou a América com seu Fluminense, campeão da Libertadores com muitos méritos. Mas não chegou nem perto de reproduzir o mesmo futebol nas oportunidades que teve na Seleção, mesmo com melhor material humano. Agora, há a expectativa se ele permanece treinando o time nacional, se virá o italiano Carlo Ancelotti ou se há outra opção.
Mas nem tudo é dor. Dentro de toda a mediocridade que permeou o futebol brasileiro em 2023, um fiapo de esperança surge. Os meninos Endrick e Vitor Roque. O primeiro, de apenas 17 anos e que conduziu o Palmeiras para sua arrancada final com a maturidade que não se vê em jogadores com mais de 30. Já foi negociado com o Real Madrid. O outro, apesar da lesão na reta final do ano, encantou pelo seu faro de gols. Rumará, também, à Espanha, jogando no Barcelona. A evolução deles, se alcançarem todo seu potencial, enfim pode representar dias melhores para nosso esporte favorito.
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